Oct 5, 2010

funeral

Passávamos por essa longa estrada, meu pai e eu, dentro de um carro vermelho, que parecia ir em uma velocidade mais lenta que o normal. Este carro por sinal, era a única coisa colorida, era vermelho, musgo. Não se achava outra cor entre os tons de preto, cinza e branco. O carro seguia por uma estrada sem saídas, uma linha reta apenas, bem extensa. Em algum momento cheguei a conclusão de que se tratava de um vale de cemitérios, e mais nada, apenas uma vastidão de lápides que iam de encontro ao horizonte.

Continuamos, na mesma velocidade, e a estrada parecia não ter fim. Quando que praticamente de súbito, surge esta mansão, pela qual passamos com uma velocidade ainda mais reduzida. Como todos os cenários anteriores, a mansão não parecia ter ninguém, estava com portas e janelas fechadas, e possuía uma ampla entrada, sem portões. Havia também um chafariz, desligado, enquanto que estacionado entre a porta principal e este mesmo chafariz, havia um ônibus, totalmente preto, vidros pretos fechados que também impossibilitavam de visualizar qualquer coisas que estivesse dentro dele. Este ônibus enunciava o mesmo vazio da casa, que por sua vez enunciava o vazio daquele local.

Além da falta de pessoas, não existia sequer som de alguma coisa, as coisas pareciam existir num vácuo. Seguimos viagem, enfim.

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