Mar 20, 2011

a morte rima comigo

começo a aceitar que as coisas parecem se enclausurar. não diante de mim, mas em mim. não sou o começo de nada, mas sinto-me como o fim de quase tudo. aquele lado escuro da estrada por onde as pessoas não tendem a andar. o tempo é sempre contra, e é certo que esse tempo chegará mais cedo para mim. o aperto na garganta é real. eles me chamam pra ir embora, e o caminho não tem cor. dente por dente, e membro por membro, se separando de algo que nunca pareceu sequer estar junto. as luzes dos prédios ficam acesas até de madrugada, e os carros passam depressa, mas a rua continua vazia. os anjos são feitos de pedra e a morte rima comigo.

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